Dinâmica da paisagem e da matéria orgânica do solo de assentamentos rurais no Norte e Sul do Espírito Santo

Nome: DANIEL MANCIO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 16/12/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
DIEGO LANG BURAK Co-orientador
EDUARDO DE SÁ MENDONÇA Orientador
RENATO RIBEIRO PASSOS Co-orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DIEGO LANG BURAK Examinador Interno
EDUARDO DE SÁ MENDONÇA Orientador
FELIPE VAZ ANDRADE Suplente Interno
LUCIANO PASQUALOTO CANELLAS Examinador Externo
OTACÍLIO JOSÉ PASSOS RANGEL Examinador Externo

Páginas

Resumo: As áreas destinadas a assentamentos de reforma agrária no bioma Mata Atlântica, sobretudo no estado do Espírito Santo, encontram-se normalmente em estádios avançados de degradação dos solos, com a presença quase que exclusiva das pastagens degradadas. Ao se tornarem assentamentos, as famílias assentadas encontram vários desafios. Entre eles, o de produzir alimentos para o consumo próprio e para a sociedade em geral. Para tanto, é necessário incorporar matéria orgânica, aumentando os estoques de C e N nos solos. O presente estudo teve como objetivo compreender a dinâmica de uso e ocupação dos solos nos assentamentos após o período de implantação das áreas, avaliar o estoque de C e N e a distribuição nos compartimentos da matéria orgânica do solo (MOS), nos principais agroecossistemas de onze assentamentos do Espírito Santo em duas regiões distintas (Norte e Sul), e propor alternativas estratégicas para melhorar a sustentabilidade dos agroecossistemas, compondo o programa ambiental do MST no ES. Os resultados mostraram que os assentamentos alteram o uso e a ocupação dos solos, diminuindo as áreas de pastagens em mais de 50% em relação à ocupação antes do processo de desapropriação, formando uma paisagem mais diversa, com recomposição das matas e implantação de novos agroecossistemas destinados à produção de café, entre outras culturas. Foi possível verificar que com o tempo de ocupação das áreas, os estoques de C refletem em maiores índices de qualidade dos solos, sobretudo na região norte do estado, onde as políticas públicas de desenvolvimento dos assentamentos são mais intensas. O índice de compartimento de carbono (ICC) alcançou valores 1,04 e 1,03 em assentamentos com mais de 20 anos ao norte do estado, nas camadas de 0-0,10 e 0-0,40 m, semelhantes às áreas de referência. No sul, os valores do ICC não passaram de 0,9 nos assentamentos mais antigos. Já o índice de manejo de carbono (IMC) alcançou valores de 88 e 80 nas camadas 0-0,1 e 0-0,4 m, respectivamente nos assentamentos mais antigos na região norte do estado, e 57 e 50, respectivamente na região sul do estado. Do ponto de vista geral, o IMC apresentou tendência linear de aumentar com o tempo de desenvolvimento das áreas, melhorando a qualidade dos solos, sendo mais efetivo e mais rápido quando estes agroecossistemas estão submetidos a manejos conservacionistas. O programa ambiental do MST ES necessariamente deve incorporar o processo de transição agroecológico como meta para melhorar a qualidade dos solos dos assentamentos e qualidade de vida das famílias assentadas dentro da realidade concreta da agricultura camponesa capixaba, aliando produção e conservação. Para tanto, as condições objetivas e subjetivas terão que ser construídas. Esse processo não será fácil, nem rápido, mas se faz necessário para a construção da reforma agrária popular, produzindo alimentos em quantidade e qualidade para a sociedade.

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