Relação entre solos e vegetação em gradiente topográfico de fragmento de Floresta Atlântica
Nome: LUCIANA VENTURA MACHADO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 14/07/2016
Orientador:
Nome | Papel |
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DIEGO LANG BURAK | Orientador |
EDUARDO DE SÁ MENDONÇA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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DIEGO LANG BURAK | Examinador Interno |
EDUARDO DE SÁ MENDONÇA | Orientador |
FÁBIO DEMOLINARI DE MIRANDA | Suplente Externo |
MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA | Examinador Externo |
MIRIAM CRISTINA ALVAREZ PEREIRA | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: As florestas tropicais reconhecidamente apresentam grande diversidade de espécies vegetais, distribuídas em diferentes fitofisionomias. Essa diversidade fitofisionômica pode advir da alta variação biogeoquímica, variações climáticas, topografia, material de origem do solo, atividade microbiana, química do solo, suscetibilidade à erosão e tempo. A combinação entre esses fatores é capaz de afetar o desenvolvimento e distribuição das espécies vegetais. O objetivo deste estudo foi analisar a relação dos atributos do solo com a comunidade arbóreo-arbustiva em gradiente topográfico de um fragmento de Floresta Atlântica no sul do Estado do Espírito Santo. O estudo foi realizado no Parque Estadual Mata das Flores, município de Castelo, Espírito Santo, Brasil. As parcelas foram alocadas em um transecto de 750 metros ao longo de um gradiente topográfico que varia de 100 m a 180 m de altitude, dispostas em pares distantes 10 metros entre si e a distância entre os pares variando de 20 a 25 m. Procedeu-se a caracterização química e física do solo nas profundidades 0,0-0,10 e 0,10-0,20 m. Realizou-se a caracterização dos atributos biológicos na profundidade de 0,0-0,10 m em duas épocas do ano, verão (fevereiro/2015) e inverno (agosto/2015). Análise de Componentes Principais, Análise de Redundância e Análise de Escalonamento Multidimensional Não-Métrico foram utilizadas para análise estatística dos dados. Os resultados indicaram que o solo da baixada apresentou maiores teores de bases trocáveis (Ca, Mg, Na, K), P e teor de Areia Fina. Em contrapartida, o solo do topo apresentou maior acidez potencial (H+Al), menos nutrientes disponíveis, e com maiores teores de argila. As parcelas da encosta apresentaram condição intermediária entre o topo e a baixada no Domínio Morfoclimático Mar de Morros no bioma Floresta Atlântica da região Sudeste. O C da biomassa microbiana (CBM), a respiração basal (RBSA), o quociente microbiano (qMIC), o quociente metabólico (qCO2) e a atividade da β-glucosidase foram afetados pela sazonalidade. Os resultados indicaram que os solos da baixada, com melhor fertilidade química natural, correlacionaram-se com Actinostemon concolor, Guapira opposita, Sorocea bonplandii, Fabaceae, Sarcaulus brasiliensis e Rauia resinosa. No verão, as espécies Actinostemon concolor, Guapira opposita, Rauia resinosa, Sorocea bonplandii e Sarcaulus brasiliensis promoveram maior atividade enzimática da fosfatase ácida, desidrogenase, teores de CBM e NBM do solo nas parcelas da baixada. No inverno não foi verificado correlação dos atributos do solo com a vegetação no fragmento de Floresta Atlântica no sul do Espírito Santo. Planos de manejo para a manutenção e aproveitamento da biodiversidade de ecossistemas naturais devem considerar a interação entre os diferentes tipos de solo, vegetação, paisagem e seus efeitos diversos sobre a estrutura e função do ecossistema.