DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA EM SOLO SOB CULTIVO DE EUCALIPTO COM APLICAÇÃO DE BIOCARVÃO

Nome: CHANSISLAYNE GABRIELA DA SILVA

Data de publicação: 21/02/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
RENATO RIBEIRO PASSOS Orientador

Resumo: A colheita e o processamento do eucalipto (Eucalyptus spp.) para a produção de madeira e celulose geram resíduos que podem ser reutilizados através da pirólise deste material, transformando-o em biocarvões. Os estudos demonstram que o biocarvão pode ter um impacto benéfico nas propriedades do solo, uma vez que atua como condicionador, alterando as propriedades físicas, químicas, biológicas e hidrológicas do solo. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de doses de biocarvões da casca de eucalipto, produzidos nas temperaturas de pirólise de 350 °C e 600 °C, como condicionadores de solo numa área cultivada com Eucalyptus urograndis. O ensaio de campo foi distribuído em tratamentos sob um delineamento em blocos casualizados em um esquema fatorial 2 x 5 (duas temperaturas de pirólise (350 °C e 600 °C) e cinco doses de biocarvão (0,0625%, 0,125%, 0,25% e 0,5% do volume de biocarvão em relação ao volume de solo do sulco, equivalente a 0; 0,625; 1,25; 2,5
e 5 Mg ha-1), com três repetições, onde as doses corresponderam a 25% da dose utilizado no plantio. Para iniciar o experimento, foram coletadas amostras de solo nas profundidades de 0-5, 5-10 e 10-30 cm para fins de análises referentes à matéria orgânica do solo e análises enzimáticas. Após 127 dias de aplicação superficial do biocarvão, foi realizada uma nova amostragem do solo para realização das mesmas análises, visando a comparação do antes e depois da aplicação superficial. Os resultados foram submetidos à análise de variância com posterior aplicação do teste de F, havendo efeitos de interação significativos, foram realizados ajustes de modelos de regressão para o fator dose dos biocarvões e realizado as comparações de antes e após 127 dias depois da aplicação superficial de biocarvão. Os resultados mostraram que biocarvão produzido com a casca de eucalipto à temperatura de pirólise de 350 °C teve um impacto significativo, uma vez que apresentou muito mais correlações entre os
tratamentos e com a atividade enzimática e os compartimentos de C e N, em relação ao produzido à temperatura de pirólise de 600 °C. Dessa forma, é possível inferir que o biocarvão produzido à temperatura de 350 °C teve uma maior reatividade no solo. A aplicação superficial de biocarvão mostrou-se relevante, uma vez que contribuiu para o aumento da atividade da enzima glucosidase e dos valores de COT, CS e estoque de C e NBM em ambas as temperaturas de pirólise. De forma geral, as doses de 2,5 e 5 Mg ha-1 de biocarvão foram que obtiveram maiores valores para as enzimas -glucosidase e fofatase ácida e compartimentos de C e N. Além do uso do biocarvão contribuir para redução da emissão de CO2 e o período indicado para sua aplicação afins de redução do fluxo de CO2 é quando a temperatura é mais elevada e a umidade mais baixa. Estudos de campo por longos períodos após a aplicação do biocarvão é de suma importância, sobretudo para compreender a dinâmica da M.O nas profundidades em que o biocarvão foi aplicado no solo.

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