Avaliação da serapilheira em fragmento de floresta atlântica no sul do estado do Espírito Santo.
Nome: MARCO ANTONIO MONTEIRO GONÇALVES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/08/2008
Banca:
Nome | Papel |
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ADERBAL GOMES DA SILVA | Orientador |
ADERLAN GOMES DA SILVA | Examinador Externo |
EDVALDO FIALHO DOS REIS | Examinador Interno |
MAURO ELOI NAPPO | Examinador Externo |
RENATO RIBEIRO PASSOS | Examinador Interno |
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo quantificar a serapilheira depositada ao longo do ano e a serapilheira acumulada sobre solo; estudar o seu processo de decomposição e avaliar os nutrientes nela contidos, bem como estudar a influência de variáveis ambientais na distribuição de espécies florestais arbóreas. O estudo foi realizado na Floresta Nacional de Pacotuba, localizada no município de Cachoeiro de Itapemirim, ES. Para a coleta da serapilheira foram utilizados coletores de madeira, com dimensões de 50 x 50 x 9 cm e fundo em tela de polipropileno com malha de 1 mm². Os coletores foram instalados em 11 parcelas permanentes (40X50 m²) existentes no local. Foram utilizados 4 coletores por parcela. O fragmento estudado apresentou uma produção anual (deposição) de 10.190,58 kg.ha-1 de serapilheira, sendo que 7.639,21 kg.ha-1 foi devido à contribuição da fração de folha, 1.574,12 kg.ha-1, da fração de galho, 741,20 kg.ha-1, de miscelânea (material indistinto) e 236,05 kg.ha-1, de material reprodutivo (flores e frutos). Analisando-se o percentual de deposição das frações obteve-se 74,96% de fração foliar; 15,45% da fração galho; 7,27% de fração miscelânea e 2,32% de fração material reprodutivo, evidenciando uma maior contribuição da fração foliar. Os nutrientes contidos na serapilheira apresentaram diferentes concentrações para as frações estudadas, podendo-se estabelecer uma ordem de contribuição de acordo com as respectivas concentrações. Para a fração foliar, obteve-se a ordem Ca > N > K > Mg > S > P, para galho, Ca > N > Mg > K > S >P, e para a mistura, que correspondeu à miscelânea mais o material reprodutivo, Ca > N > Mg > K > S > P. A serapilheira acumulada sobre o solo foi amostrada trimestralmente, utilizando-se um quadrado de aço de 0,25 X 0,25 m (área de 0,0625 m²). Esse gabarito de aço foi lançado ao acaso sobre o solo e foi coletado todo o material vegetal em seu interior. Foram coletadas 44 amostras por trimestre. O fragmento estudado apresentou um total de 7.514,42 kg.ha-1 de serapilheira acumulada total. A contribuição das frações foi de 4.200,05 kg.ha-1 de folha, 1.413,92 kg.ha-1 de galho, 1.759,79 kg.ha-1 de miscelânea e 140,66 kg.ha-1 de material reprodutivo. A estimativa média da taxa instantânea de decomposição (k) foi de 0,68, indicando ser necessário um tempo médio de 575 dias para a renovação total da serapilheira acumulada. Analisando-se a concentração dos nutrientes do material remanescente do processo de decomposição, pode-se concluir que a devolução dos nutrientes ao solo foi variada de acordo com a contribuição quantificada nas diferentes frações. Para o estudo das correlações, as espécies utilizadas foram definidas com base no seu valor de importância (IVI). Esse índice foi utilizado para delimitar as 20 espécies de maior valor ecológico presentes na área de estudo. As variáveis ambientais contempladas no estudo de correlação foram variáveis pedológicas relacionadas a fertilidade do solo, textura e umidade. As correlações foram estudadas por meio da análise de correspondência canônica - CCA. Utilizou-se também o índice de similaridade de Jaccard para embasar o estudo de similaridade entre os sítios do fragmento estudado, sendo usado para o cálculo desses dois índices o programa Fitopac 1.6, versão Windows. Na análise de correlação, efetuada pela CCA, a matriz contemplando as espécies florestais arbóreas foi confrontada com a matriz das variáveis. Para tal, foi utilizado o programa PCORD, versão Windows. Observou-se que as variáveis ambientais podem influenciar diretamente a distribuição de espécies arbóreas. Dessa forma, a observação do comportamento de um vegetal em relação às variáveis ambientais que o cercam é de grande valia para subsidiar a definição de estratégias de manejo.