Uso de Biochars e Agregação de Solos visando a Recuperação de Pastagens Degradadas da Região Sul do Espírito Santo

Resumo: O rápido processo de degradação do solo sob práticas agrícolas no mundo, principalmente nos países de clima tropical em desenvolvimento, despertou a preocupação com a sustentabilidade da exploração agrícola. Um exemplo responsável por extensas áreas degradadas no Brasil são as pastagens. Nas regiões Sul e Caparaó do Estado do Espírito Santo, os problemas relativos à degradação das pastagens são mais críticos em razão de alguns fatores, como: relevo acidentado; deficiências nutricionais do solo; ausência ou uso incorreto de práticas de conservação do solo; utilização do fogo como prática cultural; pisoteio excessivo dos animais e manejo inadequado das pastagens, incluindo o superpastejo. Para que haja um bom desenvolvimento vegetativo, o solo tem de se encontrar em boas condições. Uma das possibilidades para melhorar as condições químicas, físicas e biológicas dos solos sob pastagens degradadas, e, consequentemente, do desenvolvimento das plantas é a utilização de condicionadores de solo a base de resíduos orgânicos carbonizados (biochar). A aplicação desses materiais carbonizados aos solos agrícolas pode ser um importante mecanismo de seqüestro de carbono e descarte de resíduos. Além disso, a aplicação de materiais carbonizados ao solo ou a utilização como matéria-prima para a produção de fertilizantes granulados minerais, orgânicos ou organominerais, de liberação controlada ou lenta de nutrientes, propicia outros benefícios, tais como: aumento da produtividade agrícola; supressão das emissões de metano e óxidos nitrosos; redução da necessidade de fertilizantes e; redução das lixiviações de nutrientes e, principalmente, o aumento da eficiência agronômica dos fertilizantes. Assim sendo, além dos benefícios econômicos diretos, os benefícios ambientais também devem ser levados em consideração, especialmente no que concerne às mudanças climáticas globais (seqüestro de carbono e redução das emissões de outros gases do efeito estufa) e maior eficiência energética da agricultura, devido ao aumento da produtividade, menor uso de fertilizantes e menores perdas de nutrientes. Existem diversos materiais que podem ser pirolisados, principalmente resíduos industriais e urbanos que apresentam problemas de descarte, tais como o carvão vegetal e o bagaço de cana-de-açúcar, os quais poderiam ser utilizados como biochar. O Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal, respondendo por 38,5 % da produção. São produzidos anualmente 36 milhões de m3, o que corresponde a aproximadamente 8 milhões de toneladas. A maior parte (85 %) desse carvão se destina à indústria siderúrgica. O fino de carvão, obtido no processo de peneiramento na classificação do carvão vegetal representa, em alguns casos, até 15% do carvão produzido. Esse subproduto pode ser utilizado como condicionador de solos, embora já se empreguem tecnologias capazes de aproveitá-lo na indústria siderúrgica, tal como briquetagem). A indústria sucroalcooleira do Brasil produz cerca de 59,5 milhões de toneladas de bagaço de cana-de-açúcar. A maior parte desse bagaço é utilizado nas próprias destilarias para geração de energia, entretanto ainda há um excedente de 12 %, o que poderia produzir 2,3 milhões de toneladas de carvão. Outro material com potencial para ser utilizado como biochar é o carvão vegetaL do capim elefante (Pennisetum pupureum), obtido por pirólise. O capim elefante tem se mostrado bastante atraente àqueles que pretendem substituir a lenha, carvão vegetal de eucalipto ou gás como fonte de energia em caldeiras, fornos e similares. Diante deste quadro, a comunidade científica em geral tem se preocupado em mensurar os impactos gerados e propor alternativas de uso, manejo e recuperação do solo. Contudo, poucos estudos têm dado ênfase à utilização de condicionadores do solo (biochar) visando melhorar as condições dos solos e recuperar as pastagens que se encontram degradadas. Diante do exposto, o objetivo do trabalho será estudar as alterações causadas ao solo, sobretudo em sua estrutura, através da avaliação de seus agregados após a aplicação de diferentes tipos e doses de biochars sob o efeito de ciclos de umedecimento e secagem.

Data de início: 01/03/2012
Prazo (meses): 24

Participantes:

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Coordenador RENATO RIBEIRO PASSOS
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