Produção de Spodoptera frugiperda multiple nucleopolyedrovirus (SfMNPV) em Spodoptera frugiperda (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE): condições térmicas de inoculação e incubação
Nome: CAROLINA DE OLIVEIRA SOARES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/12/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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HUGO JOSÉ GONÇALVES DOS SANTOS JUNIOR | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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HUGO BOLSONI ZAGO | Examinador Interno |
HUGO JOSÉ GONÇALVES DOS SANTOS JUNIOR | Orientador |
JOSÉ ROMÁRIO DE CARVALHO | Examinador Externo |
VITOR ZUIM | Examinador Externo |
Resumo: O desenvolvimento de biopesticidas a base de entomopatógenos, tem se tornado cada vez mais uma alternativa no controle de pragas, mas a produção ineficiente de poliedros virais pode limitar a comercialização de inseticidas à base de vírus. No sistema de produção em larga escala de Spodoptera frugiperda multiple nucleopolyedrovirus (SfMNPV), responsável pelo controle de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) ocorrem duas principais limitações. A primeira é que este baculovírus causa a liquefação do tegumento larval após a morte, que resulta em perda de material viral e a segunda limitação é o comportamento canibal deste inseto que requer individualização das lagartas, acarretando em aumento nos custos de produção. Sendo assim, objetivou-se com este estudo avaliar um método de multiplicação viral que consiste na coleta de lagartas de Spodoptera frugiperda infectadas com o vírus, sintomáticas submetidas a incubação prolongada em baixas temperaturas, denominado incubação post-mortem. Para isso, foram realizados diferentes bioensaios, a saber se este método influencia na produção de poliedros virais e se a alta densidade larval afeta a produção de poliedros virais na incubação post-mortem. Os ensaios foram conduzidos no Setor de Entomologia do Núcleo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Manejo Fitossanitário (NUDEMAFI) do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCAE/UFES), localizado no município de Alegre, no estado do Espírito Santo, Brasil. Foram utilizados dois isolados virais (I6 e I19) provenientes do Banco de Entomopatógenos do Laboratório de Controle Biológico da Embrapa Milho e Sorgo. No primeiro ensaio foram utilizadas lagartas 4 e 8 dias de idade variando a condição térmica, com 4 dias de idade
foram submetidas a 31 °C e com 8 dias de idade a 25 °C, denominadas como condição de inoculação a 31 °C, 4 dias e 25 °C, 8 dias respectivamente. Após infectadas, e com sintomas de infecção viral, as lagartas foram coletadas, pesadas e submetidas a incubação nas temperaturas de -18, 10 e 15 °C por sete dias. Avaliou-se os parâmetros de produção viral e foi possível observar que a incubação post-mortem a 15 °C serviu de fonte de incremento ao isolado 19 em alguns parâmetros de produção e que as temperaturas de incubação de 10 e 15 °C aumentaram os rendimentos virais em lagartas de 4 dias, inoculadas na temperatura de 31 °C. No segundo ensaio foram utilizadas lagartas de 4 dias de idade submetidas a 31 °C. Cada isolado viral possuiu dois tratamentos, além da testemunha, com um total de 5 tratamentos com 4 repetições de 500 lagartas. Os insetos foram distribuídos nas unidades amostrais contendo dieta artificial com o vírus, ou água destilada onde ficaram expostos por 72 horas a 31 °C. Foram feitas as análises de canibalismo, através da contagem e pesagem das lagartas, a seguir, um tratamento de cada isolado viral foi submetido a incubação a 15 °C por 7 dias e os demais tratamentos foram congelados. Após esse período foram feitas novas análises de canibalismo nestes tratamentos e todas as análises dos parâmetros de produção. Foi possível observar que os maiores índices de canibalismo ocorreram nos tratamentos com presença de vírus, e que apesar do aumento observado na multiplicação viral com a incubação das lagartas a 15 °C para alguns parâmetros de produção, o canibalismo presente com a alta densidade larval foi determinante para a produção de poliedros virais. Assim, pode-se afirmar que que a produção post-mortem de SfMNPV em lagartas de S. frugiperda serviu como fonte de aumento na multiplicação viral, porém com alta densidade larval, não se apresenta como recomendada para um sistema de produção em larga escala de baculovírus em uma biofábrica.
Palavras-chave: Entomopatógenos, Baculovírus, Temperaturas de incubação, Densidade larval