DINÂMICA DO CARBONO E FÓSFORO E USO DO SOLO EM DIFERENTES ALTITUDES

Resumo: De maneira geral, a introdução de sistemas agrícolas em substituição aos sistemas nativos causa um desequilíbrio no ecossistema, alterando os atributos do solo, cuja intensidade varia com as condições de clima, uso e manejos adotados e a natureza do solo.
O solo é considerado uma das maiores reserva de carbono do planeta e, os diferentes sistemas de uso do solo alteram o equilíbrio de C no sistema, podendo diminuir a quantidade e modificar a qualidade da matéria orgânica do solo (MOS) (CERRI et al., 2008).
A manutenção dos resíduos vegetais na superfície do solo, assim como a redução em seu revolvimento, se destacam como meios de aumentar o estoque de carbono do solo (ETC). Em regiões tropicais, a conversão de florestas em áreas agrícolas vem sendo apontada como um dos processos fundamentais que afetam a dinâmica do C, podendo reduzir drasticamente o ETC do solo (SILVEIRA et al., 2000). O ETC é diretamente influenciado pelas condições climáticas locais, do relevo, da drenagem e do tipo de manejo adotado (LAL, 2005; FALLOON et al., 2007; SMITH, 2008).
Alguns sistemas de uso do solo tem sido apontados como eficientes em aumentar o ETC do solo. Salton et al. (2011), avaliando a dinâmica do carbono em diferentes sistemas de uso do solo, verificaram que a utilização de pastagens é capaz de aumentar significativamente os ETC do solo, assemelhando-se aos de vegetação nativa e sendo superior aos de lavouras anuais. De acordo com Souza et al. (2009), nos sistemas agroflorestais (SAF’s) o aporte de resíduos vegetais é diferente em relação aos monocultivos e, devido a esse aporte diferenciado, podem ser observados diferentes ETC no solo,onde comumente os valores mais elevados são verificados nos SAF’s (LAL, 2004).
Corazza et al. (1999) verificaram maiores ETC na camada de 0-20 cm de profundidade para Cerrado nativo, eucalipto e pastagem (39,77; 44,87 e 42,87 Mg ha-1, respectivamente) e os menores para áreas de culturas agrícolas anuais (36,51 a37,34 Mg ha-1). Resultados semelhantes foram encontrados por Rangel e Silva (2007). Nesse contexto, torna-se essencial o entendimento da dinâmica do carbono e de nutrientes no solo visando maior sustentabilidade desses ecossistemas.
As condições climáticas, tais como temperatura e precipitação média anual, são um dos fatores mais importantes na determinação dos níveis de carbono orgânico do solo. Nas regiões tropicais predomina o padrão de maior acúmulo de MOS conforme aumento da altitude (DALMOLIN, 2002). Tate (1992), avaliando a influência do clima expresso pela relação temperatura média anual/precipitação na dinâmica do carbono no solo, verificou ETC superior em sítios úmidos sob temperaturas amenas em altitudes elevadas em relação aos mais quentes e secos. Resultados semelhantes foram encontrados por Kampf e Schwertmann (1993), em uma climossequencia no estado do Rio Grande do Sul. Geraldes (1995) observou que a sazonalidade influenciou diretamente na biomassa microbiana e atividade microbiana, ocorrendo aumento da população microbiana com o aumento da umidade do solo no início da estação chuvosa.
Estudos vem sendo realizados objetivando relacionar a influência do conteúdo matéria orgânica do solo na disponibilidade de nutrientes em solução, principalmente no que diz respeito ao fósforo (ANDRADE et al., 2003), elemento tão limitante ao desenvolvimento das culturas nas regiões tropicais.
Pereira et al. (2010), verificaram que a adoção de sistemas de manejo que contemplem a elevação dos teores de MOS, proporcionam melhor aproveitamento do uso de P pelas culturas. Busato et al. (2005), verificaram que a manutenção dos resíduos vegetais nas áreas de cultivo alteraram a distribuição das formas de P no solo, com diminuição da participação das formas não lábeis e, consequente, aumento das formas pouco lábeis e lábeis. Cunha et al. (2007) observaram maiores teores de P lábil em solos sob coberturas florestais que em solos sob pastagem. Diferentes manejos do solo alteram a biodisponibilidade do P, tornando necessário o entendimento de sua dinâmica associada à produção e à decomposição de resíduos orgânicos (RHEINHEIMER et al., 1999).

Data de início: 01/03/2016
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Mestrado ANNA CAROLYNA FERNANDES FERREIRA
Coordenador FELIPE VAZ ANDRADE
Pesquisador EDUARDO DE SÁ MENDONÇA
Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Alto Universitário, s/nº - Guararema, Alegre - ES | CEP 29500-000